sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Só alguns pensamentos...

SEREMOS CAPAZES?


Uma vez, ouvi que eu não seria capaz... 
Mas eu fui assim mesmo.

Pessoas vivem suas vidas preocupadas com as vidas alheias.
O fracasso de alguém é motivo de medo: "Talvez eu passe por isso também!"
O sucesso de alguém  é motivo de medo: "Talvez eu não consiga também!"


Existem muitos motivos de medo
Existem muitos motivos de tristeza.
Criamos todos eles... E a vida persiste, a despeito das nossas idéias e medos.


Não atentamos para o que está a nossa volta, enquanto olhamos para o passado que perdemos ou para o futuro que tememos.


E a vida vai passando, dia a dia, com suas belezas e temas, como um carnaval... Enquanto cantamos a música conforme acreditamos que seja, mesmo fora de sintonia...


Lembro do passado...
Sinto saudades... Nada a fazer, já passou.
Penso no futuro...
Sinto saudades... Um dia... Talvez.


Tudo passa de um extremo a outro, pelo equilíbrio que criamos neste exato momento.
Às vezes, gostaria de desligar de tudo. 
Afinal, prender-se a que? 
Para que prender-se a alguma coisa? 
O primeiro era olhando para o passado, o segundo, para o futuro. 

De forma geral vivemos com as mesmas questões. 
Nascemos com elas, vivemos com elas e vamos, de certa forma, morrer com elas.
Talvez um dia, naquele dia, saberemos as respostas. 


Por enquanto, acreditamos... 
Acreditamos que talvez sejamos capazes, de alguma forma; que existe um Deus, de alguma forma; que amanha será melhor; de alguma forma; que merecemos algo; de alguma forma... Acreditamos.

Olho ao meu redor e vejo gente; todo tipo de gente.
Alguns eu confio; outros não conheço.
Alguns eu vejo, outros eu imagino.

O mundo segue seu curso, e eu, minúsculo, apenas acompanho.

Ontem fui à praia. Hoje voei. Amanhã, não sei.

Existem muitos rostos, muitas idéias, muitas vidas...
todas tem valor.

A minha não é diferente...
Apenas outra vida, entre tantas... por tantos poucos anos.

Há sinceridade, há honestidade, há vontade?
Talvez.

O mundo segue seu curso, e eu assisto.
Faço o que posso... E assisto.

Pessoas passam, seguem seu curso.
Muitas idéias, muitos anos, muitas vontades.

Amanhã... não sei.

Hoje, voei, com todo tipo de gente.
Com medo, com vida...

Uma vez, ouvi que não era capaz.
Talvez eu não seja... de ouvir e acreditar.

sábado, 12 de novembro de 2011

PARABÉNS ESQUADRÃO CENTAURO!!


Brasil, 10 de Novembro de 2011.

Caros companheiros Centauros,

         Hoje comemoramos mais um aniversário do 3º/10º Grupo de Aviação, o Esquadrão Centauro!

         Há mais de 25 anos, eu recebia a caneca tradicional com o meu nome gravado sob o símbolo do Centauro e assinava com orgulho o nosso livro do Esquadrão ao lado do número 77.
         Eu sou o Centauro 77, e sempre serei, assim como cada um de vocês carregará para sempre essa marca, o seu código Centauro, com orgulho por toda a sua vida, não apenas profissional, mas na essência do que você é como pessoa.

         No início, eu não sabia bem o que eu encontraria por aí. 
         Recém casado, inexperiente na vida e na profissão, eu era repleto de inseguranças e dúvidas; as mesmas que hoje, certamente, figuram na mente de alguns de vocês, recém chegados.
         Tentei fazer o meu melhor, em cada detalhe das tarefas e missões que recebia do esquadrão. 
         Rapidamente aprendi que esse tipo de atitude é parte do espírito que sustenta nossas asas como um dos melhores esquadroes operacionais da Força Aérea.
         É essa atitude que nos faz ter a humildade para saber que existem muitas coisas ainda a serem aprendidas. 
         Ninguém sabe tudo, e é só o conhecimento, buscado dia a dia, que pode nos levar cada vez mais altos na nossa missão de vida. 

         Naqueles anos de Santa Maria, foram tantas missões, tantos dias, tantas decolagens, tantos amigos...
         Muitos estão aí entre vocês, alguns estão espalhados pelo mundo, outros decolaram e nunca mais voltaram. 
         Nesta Base Aérea, entre briefings, serviços, decolagens, operações noturnas, TGX, experiências, voos sobre o mar, combate, tiro-aéreo, mapas, navegações a baixa altura, Gs, bombardeios, acertos, erros, churrascos no quero-quero, sorrisos, suor, lágrimas e saudades dos amigos que se foram, eu aprendi outra parcela da atitude do Centauro: Confiança e Lealdade.
         Essas são características que nos fazem voar juntos, todos voltados para o objetivo comum, mesmo com toda a antiaérea tentando nos impedir; é isso que nunca nos permite deixar alguém, um amigo, para trás. Sabemos que podemos confiar na amizade, na garra, na competência e na lealdade dos nossos companheiros de esquadrilha. Eu colocaria meu avião entre o tiro do inimigo para proteger meu ala, meu lider, meu amigo. E sei que vocês todos fariam o mesmo. 
         Saibam que a antiaérea da vida é intensa. 
         Um dia, tempos depois de deixarem o esquadrão, tenham certeza de que confiança e lealdade serão responsáveis pelo seu sucesso perante as suas maiores adversidades.

         Também passei momentos dificeis por aí. Pressões, panes, fogo, ansiedade, injustiça, stress, medo, etc. Foi preciso coragem para manter minhas posições e valores firmes, mesmo diante da pressão que às vezes tentam te forçar a aceitar conceitos incorretos. Foi preciso coragem para enfrentar o monstro do medo em suas várias faces, de fogo a opiniões. Companheiro Centauro, sinta medo, seja criticado, mas faça o correto, sempre, mesmo assim! Coragem: essa é também uma parte da atitude do Centauro.

         Mas também havia o cenário... 
         Ah! Que cenários magnificos que essa carreira nos brinda. A esquadrilha subindo, perfurando o colchão branco de nuvens no amanhecer do dia, o sol refletindo no mar... à noite, a Lua, imensa, brilhante, quase ao alcance das mãos, nas interceptações noturnas com o céu claro coalhado de estrelas.
         Nesses momentos eu lembrava do meu sonho. O mesmo que eu tinha quando era menino em Bauru, trabalhava como eletricista aprendiz para ajudar no orçamento de casa, ia ao aeroclube ver a esquadrilha da fumaça e deitava no telhado à noite, olhando para as estrelas.
         O mesmo coração bate acelerado, da mesma forma, ao lembrar dessas coisas e dizer: eu vivi o meu sonho, e ainda vivo... dia a dia.
         Amigos, aproveitem o momento... a maravilha de viver... hoje!
         Vivam o seu sonho hoje. Aquele que vocês sonharam quando crianças. Não vivam pensando só no futuro, ou no passado, vivam hoje! Vivam cada segundo com intensidade, cada momento é precioso com seus filhos, esposas, pais, mães, amigos... Viva cada detalhe, por mais simples que lhe pareça. Essa, afinal, é a única coisa que cabe no pequeno bagageiro na nossa cabine para o grande voo final..

        Nos meus dias de espaço, o Espírito do Centauro estava comigo, dentro do peito, em cada momento, entre a Terra e as estrelas.

         Nós, os Centauros, mudamos a letra da canção da caça: não é mais de zero a setenta mil pés... É de Zero a mais de um Milhão de pés de altitude!

         E parou por aí? Claro que não! Ainda existem muitos sonhos a serem conquistados. 
         Eles são essenciais para que vivamos felizes e com propósito.
        
         Assim...

         Caros amigos Centauros, sonhem muito, sonhem alto, sonhem sempre... e SEMPRE ACREDITEM nos seus sonhos. 
         Acreditar nos sonhos: essa é a outra parcela da atitude do Centauro!
         E eu acredito no sucesso de cada um de vocês!

A La Chase!!

Pontes
Centauro 77

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

DIAS DE POUCA EDUCAÇÃO NO CAMPUS...


Liberdade e Responsabilidade

Professor Marcos Pontes
Astronauta Brasileiro

Sejamos didáticos. Comecemos por um princípio natural. Sabe aquelas leis do universo às quais tudo e todos estamos sujeitos, sempre? Coisas como a atração gravitacional e a tendência dos sistemas naturais procurarem por um ponto de equilíbrio estável, sempre com a menor energia possível? Pois é! Leia a frase anterior novamente e observe que essa segunda lei, a que fala sobre a energia, é perfeitamente aplicável ao comportamento humano! Aliás, a inserção do homem e seu comportamento nos ciclos e princípios da natureza é um assunto magnífico para acalentar pensamentos mais saudáveis e conceituações teóricas nos verdadeiros filósofos.
Bem, esse não é o meu caso. Sou engenheiro e penso de maneira prática: simplesmente usemos o tal princípio – nós, humanos, sempre procuraremos por uma situação em que tenhamos um patamar estável, segundo nossas expectativas de qualidade de vida, e com o mínimo gasto possível de energia.
Expandindo a ideia, nos parece “natural” buscar sempre pelos nossos direitos e frequentemente (ou “convenientemente”) “esquecer” dos nossos deveres. Mais ainda, todos querem ter liberdade, mas ninguém quer a tal da responsabilidade.
OK! Com esses conceitos essenciais em mente, vamos a uma outra afirmação, aparentemente sem conexão no momento: não existem “bens do governo”.
Já ouviu algumas pessoas dizerem algo como: “esta é uma escola do governo”?
Isso não existe!
O que existem são “bens públicos”, adquiridos com o percentual retirado continuamente do nosso suado dinheiro, uma contribuição obrigatória de todos nós que trabalhamos e pagamos altos tributos por não fazermos parte de nenhuma “minoria privilegiada”, algumas vezes composta por criminosos, outras por pessoas que se “encaixam” nos critérios de alguma legislação que os “discrimine positivamente” perante o restante dos compatriotas.
Nesse contexto, em que se pesem nossos bens comuns como estradas, pontes, escolas, universidades, etc., as autoridades eleitas, e que constituem o “governo”, são apenas nossos funcionários, representantes temporários do povo, para gerenciar o patrimônio público, evitar que sejam destruídos, mal empregados ou tomados pela força, ou “pelo grito”, de uma ou outra minoria.
Lembrem-se de que um grupo de “solicitantes” não tem nenhum direito de decidir o que será feito com o bem público, de propriedade de 200 milhões de brasileiros.
O que vale não é o que uma ou outra minoria acha que se deve fazer com qualquer dos nossos bens públicos; o que vale é o que o povo do Brasil decide. E, para isso existem as leis e os representantes eleitos! Tudo conforme o previsto. Veja bem, o “governo” não é dono de nada, o povo é. Mas as autoridades eleitas têm o dever de defender o patrimônio do povo de inimigos externos e internos e fazer cumprir as leis. Ponto! Doa a quem doer.
Não é possível governar para atender os interesses de minorias, é preciso atender o interesse da nação como prioridade. Bem diz o ditado: quem quer satisfazer a todos, desagrada a maioria!
Em outras palavras, qualquer pessoa, de qualquer grupo, minoria ou não, deve cumprir as leis, como todos os outros cidadãos.
Pois bem. Agora somando as ideias...
Parte dos recursos dos nossos impostos são aplicados na educação. E o que nós, que somos os “stakeholders” que pagam por tudo isso, esperamos que seja feito com o nosso investimento nos bens e serviços públicos na educação? Isto é, o que o povo (pelo menos a maioria mais inteligente dele) espera que seja feito com todo esse dinheiro investido nas nossas escolas e universidades.
Certamente queremos que o ensino fundamental nas escolas públicas seja de qualidade suficiente para dar às crianças uma boa base de conhecimento nas matérias curriculares essenciais, que servem de fundação para as aplicações profissionais mais específicas; para ajudá-las a compreender seu significado e responsabilidades como indivíduo e cidadão na sociedade; e para contribuir para a preparação emocional necessária para enfrentar as mudanças e decisões comuns da adolescência. Dos alunos das escolas públicas do fundamental, esperamos que estejam nas salas de aula, tenham disciplina e se dediquem com afinco para se tornarem mais “iluminados através do conhecimento de si mesmos e do mundo que os cerca”.
Do ensino médio, queremos que sirva de preparação e direcionamento para as carreiras profissionais a serem desenvolvidas nas universidades. Dos alunos do ensino médio, esperamos que descubram seu potencial e se concentrem no seu desenvolvimento pessoal e profissional... e passem no “tal do vestibular” de alguma universidade pública! Afinal, faz sentido alunos de escolas públicas continuarem em universidades públicas, não faz?
Do ensino superior, queremos pesquisa, conhecimento ampliado, ciência e tecnologia, tudo aplicado ao desenvolvimento do país e à melhoria da qualidade de vida da população, que, repito, paga por tudo isso! Dos alunos das universidades públicas, esperamos que compareçam às aulas, sejam disciplinados e, no mínimo, educados no seu comportamento como hóspedes do nosso patrimônio público; que usem o seu tempo nessas instituições de forma produtiva e objetiva para concluírem de forma eficaz seus cursos (com sucesso e qualidade máximos e tempo mínimo); que se formem bons profissionais, sérios e competentes, para atender às necessidades da nação. Também esperamos que cumpram as leis, dêem o exemplo e preservem o patrimônio pago, repito, com o suor de milhões de brasileiros; que tenham o bom-senso de perceber que estudar em uma universidade pública é um privilégio que muitos estudantes do ensino médio público sonham ter e que a vaga que ocupam, que é uma “concessão” do povo, deve ser usada de forma digna e agradecida, pois não é um direito adquirido e muito menos irrevogável; que não se omitam socialmente, expressando suas opiniões como pessoas inteligentes e se unindo para defender interesses legítimos da maioria da nação, como o fim da corrupção, o voto e a democracia consciente, a igualdade e a liberdade com responsabilidade e respeito às leis, etc.
No infeliz episódio na USP no mês de novembro, disparado por um evento com dois estudantes, envolvendo uso de entorpecentes ainda proibidos pela lei e desenvolvendo-se em protestos contra a gestão da universidade, o prédio da reitoria foi ocupado por uma minoria de alunos que, entre outras coisas não muito bem esclarecidas, solicitavam a redução da segurança no Campus através da saída das rondas da Policia Militar do local.

Nessa história toda, muitas coisas me deixaram preocupado e triste. Entre elas:
Preocupado por ver “potenciais futuros bons profissionais” agindo de forma completamente alheia ao que se pode classificar de “comportamento inteligente”.
Preocupado por ver um outro grupo, composto por ingênuos, apoiar a insensatez da primeira minoria.
Triste por ver que o nosso imposto, aquele que paga os custos de cada uma das vagas em universidades públicas, está sendo investido em pessoas que não merecem ocupá-las, enquanto muitos outros, que certamente fariam tudo para merecê-las pela forma e comportamento corretos, assistem tudo do lado de fora do Campus, indignados pela injustiça, por não terem a chance de usar aquela vaga.
Preocupado por ver que o sensacionalismo dá muito mais ouvidos à minoria sem noção de responsabilidades e deveres do que à grande maioria sensata de alunos, pais, funcionários e professores que respeita as leis e aplaude a maior presença no Campus da Policia Militar, que, aliás, não tem só o direito, mas o dever de garantir a ordem, proteger e preservar o patrimônio do povo e o próprio povo em todos os locais do estado, principalmente nas organizações sob a responsabilidade direta do governo.
Triste por ver que, ao que parece até o momento (e espero que eu esteja errado), em vez de uma atitude punitiva exemplar das autoridades, a lição a ser “aprendida” e que será transmitida para todos os brasileiros é, mais uma vez, como em tantos outros episódios infelizes no país, que “as leis são desusadas pelo interesse de poucos” e não usadas pelo interesse da maioria da nação, que é quem paga os custos, repito, no final das contas.
Preocupado por comprovar que, também nesse caso, aquele “princípio natural” (lembra-se dele?) prevalece: mais conforto, menos energia; mais direitos, menos deveres; mais liberdade, menos responsabilidades; mais “esperteza”, menos trabalho...
Triste por saber que em sociedades mais desenvolvidas, onde cidadãos cumprem todos os seus deveres antes de pedir algum direito e aceitam completamente as responsabilidades que vêm com a liberdade, a tendência ruim de comportamento causada por aquele “princípio natural” é vencida por algo simples e efetivo chamado “maturidade”, que se adquire pelo exemplo e pela vivência com disciplina... e isso é o que ainda ficamos por ver nesses casos aqui no Brasil, infelizmente. 

Colunista:
Professor Marcos Pontes
Primeiro Astronauta Brasileiro

Nascido em Bauru, SP, em 1963, Marcos Pontes atualmente é Astronauta à disposição do Brasil, aguardando a escalação pelo governo para seu segundo voo espacial, é Palestrante Motivacional, Coach Especialista em Performance e Desenvolvimento Profissional, Mestre em Engenharia de Sistemas, Engenheiro Aeronáutico pelo ITA, Professor e Pesquisador convidado do Instituto de Estudos Avançados da USP-SC, Diretor Técnico do Instituto Nacional para o Desenvolvimento Espacial e Aeronáutico, Empresário, Consultor Técnico, Embaixador Mundial do Ensino Profissionalizante, Presidente da Fundação Astronauta Marcos Pontes e Autor de dois livros: “Missão Cumprida. A historia completa da primeira missão espacial brasileira” e “É Possível! Como transformar seus sonhos em realidade”, publicados pela editora Chris McHilliard do Brasil.

sábado, 15 de outubro de 2011

DIA DO PROFESSOR... PENSE NISSO!

 
A IMPORTÂNCIA DO PROFESSOR
NO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E POLÍTICO DO PAÍS
 
Prof. Marcos Pontes
Primeiro Astronauta Brasileiro

Ter um sistema educacional robusto não é questão de opção para um país que almeja pertencer ao chamado "primeiro mundo"; é condição imprescindível.
​Hoje em dia, não existe desenvolvimento sólido sem uma base forte, construída sobre o alicerce do conhecimento e as colunas da tecnologia.
Mais empresas, mais empregos, mais saúde, mais segurança, menos incompetentes e mais cidadãos conscientes, que primeiro cumprem seus deveres com a sociedade e, depois, exigem seus direitos de forma eficiente, cobrando resultados e comportamentos dos seus funcionários públicos eleitos (políticos): essas são apenas algumas das boas consequências que uma educação de qualidade pode trazer.
​Por outro lado, um povo privado de educação, sem conhecimento do seu potencial como ser humano e do seu poder como cidadão, é um povo facilmente manipulável, que vota por um prato cheio de promessas e migalhas colocado no chão batido do quintal, sem saber que poderia sentar à mesa principal e usufruir do banquete provido a todos os cidadãos de uma sociedade desenvolvida e qualificada profissionalmente.
​Isto é, uma nação de sucesso é composta por cidadãos educados.
E como fazer isso?
Resposta: Através de bons professores e bons políticos.
Você deve estar pensando: “O que uma coisa tem a ver com a outra?”
Continue lendo...
Certamente temos alguns políticos honestos e dispostos a ajudar no processo de transformar a educação brasileira. A questão é: Será que esse pequeno “grupo de guerreiros” conseguirá vencer a resistência daqueles, inescrupulosos e corruptos, que usam a ignorância do povo como ferramenta eleitoral?
​É preciso aumentar o grupo dos bons representantes eleitos; é preciso que você, que é competente e honesto, pare de reclamar e faça a sua parte. Sua participação é essencial! E isso não se consegue enfiando a cabeça na areia e afastando-se da "sujeira da política". Voto em branco, nulo ou "de protesto" são sinônimos de uma combinação de covardia e ignorância. E não é isso que eu espero dos nossos jovens! Eu espero que eles tenham coragem e maturidade para encarar os desafios de frente; buscar pelos fatos e expulsar do serviço público todos aqueles que não prestam; assumir seus lugares nas decisões, isto é, na política, e mostrar como deve ser feito; dar o exemplo!
​Observe que o processo completo do desenvolvimento nacional depende diretamente da educação e deve incluir uma grande limpeza, seguida de uma extensa reestruturação, na atividade política. Se realmente queremos viver no país dos nossos sonhos, essas áreas precisam ser integradas e encaradas com muito mais seriedade por todos nós, brasileiros.
Agora, perceba que, para que essas mudanças culturais e o ganho de conhecimento necessários aconteçam, existe uma figura central que precisa “entrar definitivamente no combate”: o professor! Atualmente, esta é uma profissão cuja imagem e importância são tão decadentes que chega a dar pena, mas saiba que será esta categoria que irá mudar o país.
​Se, por um lado, não existe desenvolvimento verdadeiro sem educação, também não existe educação sólida sem bons professores. Eles são as peças fundamentais dessa estrutura. São aqueles trabalhadores que, de fato, constroem o desenvolvimento. Pense: sem professores não existe NENHUM outro profissional qualificado. Além disso, eles têm o poder de moldar e construir as ideias do futuro. E isso é MUITO interessante...
​A lógica dessa afirmação não é difícil de perceber, correto? Especialmente se você não for um daqueles alienados que só se interessam por futebol, shows e programas de TV apelativos, sem conteúdo ou qualquer sinal de vida inteligente. 
​Mas, sendo profissionais de tamanha importância, como estão sendo tratados nossos professores no Brasil?
Na imprensa, de tempos em tempos vemos alguma manifestação, às vezes expressa pelo desabafo desesperado de um mestre capturado em pequenos vídeos na internet, outras por faixas e greves nas ruas, outras... nós não soubemos.
​É claro que, em resposta a esses eventos, algumas pessoas ficam sensibilizadas, postam bonitas mensagens nas redes sociais, ouvimos discursos bem treinados, alguns acordos são assinados e... tudo fica na mesma! Muitas ideias e palavras. De resultado real e permanente, pouca coisa.
Em algumas escolas privadas, mestres são tratados como prestadores de serviço para seus jovens clientes (alunos). Quando existe discordância de opinião entre o cliente imaturo e a experiência do professor, o "cliente" logo exige a "razão", e os pais, em vez de apoiar uma atitude de maior respeito ao mestre, ameaçam seu emprego.
Nas escolas públicas, não é o emprego que está em risco, é a própria integridade física do professor!
​Bons tempos aqueles do meu ensino fundamental! Época em que professores sempre tinham a última palavra em qualquer situação. Quem era eu para reclamar ou questionar a palavra de qualquer um deles junto aos meus pais! A reação da minha mãe seria imediata: "Filho, você está na escola para aprender a ser alguém na vida. Isso não é fácil e certamente não será feito da maneira que você, ainda sem saber quase nada da vida, imagina. Pare de reclamar, preste mais atenção na aula, faça bem feita a sua parte, obedeça o mestre e APRENDA. É isso, APENAS, que você tem de fazer nessa etapa da sua vida. Quem manda na sala de aula é o professor!"
​E nos dias de hoje? Onde foi parar o respeito devido ao mestre? Em que parte das “grandes teorias educacionais” ele foi incluído?
​OK! Pense nisso depois.
Agora eu gostaria de colocar outra questão: E o salário dos professores?
Você já parou para ver os valores e fazer alguns cálculos. É assim que você espera que sejam remunerados aqueles que são responsáveis pela educação dos seus filhos? Eu espero que não!
Professores têm famílias, responsabilidades e contas para pagar, como todos nós! Você já viu algum caixa de supermercado pedir “cartão de professor” para alguém e passar as compras de graça? É claro que não! Professores são, geralmente, profissionais apaixonados pelos seus pupilos e vivem pela satisfação de ver um deles tendo sucesso na vida. Por essa razão são abnegados e muitas vezes até ingênuos, deixando de exigir o que seria de direito.
Certo! Muito bonito! Mas a realidade é que recebem salários “ridículos” e se muitos não se sentem à vontade para reclamar, eu posso falar por eles: Gente, vamos ACORDAR neste país! Precisamos perceber a importância relativa das atividades e pagar os salários que os nossos mestres merecem e, é claro, cobrar de cada um deles a performance correspondente! É assim mesmo, simples, sem hipocrisia! Nada é de graça! Se queremos uma boa educação para nossos filhos, precisamos pagar bem aos educadores!
​Aparentemente, nossos caros compatriotas não estranham os gastos enormes em estádios de futebol, shows, propagandas e campanhas políticas. Por outro lado, parece que investir na infraestrutura educacional e aumentar o piso salarial do profissional mais importante para o desenvolvimento do país – o professor do ensino fundamental/EM – para um nível pelo menos possível de ser chamado "digno" é um grande absurdo. Parece que isso (apenas) causaria “um enorme rombo nas contas públicas”. Será? Mesmo? Só para se ter uma ideia, a primeira missão espacial brasileira (que já gerou resultados científicos e sociais que pagaram muitas vezes o investimento feito) custou R$0,07 (sete centavos) por brasileiro; já os casos de corrupção (apenas os conhecidos) custam mais de R$15,00 (quinze reais) por ano, por brasileiro (mais de 200 missões espaciais!). Se esse valor anual da corrupção, embolsado por criminosos, fosse convertido em salários para professores, muita coisa poderia ser feita! Concorda?
​Sobre prioridades entre as atividades, veja bem, não me entenda mal. Eu não sou contra futebol, shows, etc. Na verdade sou um grande fã dessas atividades. Adoro assistir a um bom jogo, ver alguns programas de TV e ouvir meus cantores favoritos. O trabalho desses profissionais é muito bom para nossas emoções. Diversão faz bem para a alma! Mas lembre-se de que o seu sucesso só pode ser construído pelo seu próprio trabalho, não pelo trabalho daqueles que te proporcionam diversão.
​Da mesma forma, você deve concordar comigo que o desenvolvimento do país exige profissionais de ciência e tecnologia capacitados para criar e prover produtos e serviços de alto valor agregado. Não há como formar esses profissionais sem um sistema de educação robusto. A importância desses profissionais na sua vida não se compara com o prazer da diversão. Em resumo, não poder assistir a um show é chato, mas não ter um médico competente para cuidar de você na doença é trágico! Pense nisso! O que é necessário para que um jovem se transforme em um bom médico? Shows e estádios enormes ou boas escolas e professores?
​Em todo caso, observe que a questão essencial do desenvolvimento social e político do país tem raízes muito profundas. Elas chegam ao âmbito da cultura e dos valores na própria família.
​Neste momento, acredito que deve ter ficado claro que existem muitas coisas a serem feitas nesse processo. A solução oficial envolverá, com certeza, várias análises, bonitos estudos, propostas, relatórios caros e bem encapados, reuniões e discursos. Espero que também não se esqueçam de colocar tudo em prática! "Ação" tem de deixar de ser uma raridade nessa área.
​Sim, precisaremos de muita ação para trazer nossa educação a um patamar satisfatório. Significa uma grande mudança com relação ao que existe hoje. Um caminho longo a ser percorrido com paciência e determinação. Uma jornada que, com certeza, começa na boa e velha educação na família, no comprometimento dos pais com o desenvolvimento de valores básicos e essenciais para a atitude correta de seus filhos perante a vida. Coisas como o respeito aos mais velhos, aos mestres e às leis estabelecidas, a cordialidade, a honestidade, etc. Tudo isso tem de ser retomado e enfatizado.
​Essa caminhada prossegue com a capacidade da escola em instituir e fazer cumprir regras fundamentais de comportamento para todos envolvidos no processo educacional: funcionários, professores, pais e, é claro, os alunos! Em uma só palavra: DISCIPLINA. Estabelecimento e observação de limites, com a frustração normal associada a “não se poder fazer tudo o que/como queremos”, sempre foram essenciais para o aprendizado e o desenvolvimento emocional saudável. Criatividade nunca foi limitada pela disciplina, e a vida real não segue teorias de papel. Faz parte da obrigação da escola participar da preparação dos jovens para as condições e eventos reais da vida!
​Finalmente, espero que os professores percebam sua importância e lutem de forma inteligente pelo reconhecimento dos seus direitos. Política e educação são DIRETAMENTE ligados. Incluam cidadania nas suas aulas, de todas as matérias. O verdadeiro mestre não é um “passador de conteúdo”, mas sim o exemplo e o farol para as atitudes e comportamentos da vida de seus pupilos. Se vocês querem mudanças verdadeiras na educação do país, aproveitem as aulas e conversas para enfatizar a importância da educação para o sucesso de todos no país; ensinem seus alunos a votar de forma consciente; e incentivem esses jovens a participarem ativamente da política, não enfiar a cabeça na areia covardemente e fugir dela como algo “sujo”. É na política que são definidas as leis que promovem ou diminuem a sua profissão!
Isto é, em resumo, a solução do problema da educação está todos os dias dentro da sua sala de aula: os seus alunos. Moldem neles o futuro que o Brasil precisa! Só vocês, professores, têm esse poder! Lembrem-se disso!
​​
Colunista:
Professor Marcos Pontes
Primeiro Astronauta Brasileiro
www.marcospontes.com.br
 
Nascido em Bauru, SP, em 1963, Marcos Pontes é Astronauta, Palestrante Motivacional, Coach Especialista em Performance e Desenvolvimento Profissional, Mestre em Engenharia de Sistemas, Engenheiro Aeronáutico pelo ITA, Professor e Pesquisador convidado do Instituto de Estudos Avançados da USP-SC, Diretor Técnico do Instituto Nacional para o Desenvolvimento Espacial e Aeronáutico, Empresário, Consultor Técnico, Embaixador Mundial do Ensino Profissionalizante, Presidente da Fundação Astronauta Marcos Pontes e Autor de dois livros: “Missão Cumprida. A historia completa da primeira missão espacial brasileira” e “É Possível! Como transformar seus sonhos em realidade”, publicados pela editora Chris McHilliard do Brasil.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O VALOR RELATIVO DA EDUCAÇÃO

De volta ao Brasil após as Competições Internacionais da WorldSkills em Londres. 
Nosso time, com 28 jovens, conquistou 13 medalhas. Esses jovens do SENAI e do SENAC colocaram o Brasil no segundo lugar no mundo em competência nas habilidades técnicas profissionais. 
No retorno ao Brasil, não havia fotos e repórteres esperando-os no aeroporto. Afinal, eles não são um time de futebol ou outro esporte. 
Mas o esforço de cada um deles valeu muito! Pela educação, pela dedicação, pelo verde e amarelo, pela medalha no peito. Pelo orgulho que levarão pelo resto da vida! 
Vocês podem dizer: eu estudei, fui à competição internacional, vi, trabalhei e venci. 
PARABÉNS a cada um de vocês!


Caros Amigos deste Blog:

Se vocês puderem, entrem no link abaixo (dos resultados), cliquem nos perfis dos nossos alunos e deixem uma mensagem de incentivo para eles. 
Tenho certeza que ficarão muito felizes pelo reconhecimento. 
Eles se esforçaram muito para essa competição. 
Valeu!


http://www.worldskills.org/index.php?option=com_content&task=view&id=1178&Itemid=817

Marcos Pontes

domingo, 9 de outubro de 2011

As emoções finais da Competição Internacional WorldSkills em Londres

Estamos na reta final da Competição Mundial da WorldSkills em Londres. Hoje saberemos dos resultados.
Vinte e oito alunos do SENAI e do SENAC defendem o Brasil nessa Olimpíada de habilidades e inteligência. Sem desfeita às competições esportivas, essa aqui envolve fatores mais estreitamente ligados ao desenvolvimento do país: conhecimento, educação, ciência, tecnologia, indústria, serviços, etc.
Não é à toa que tivemos visitas importantes como a do Senador Cristovam Buarque, sempre preocupado com a educação do país, do Senador Requião, preocupado com a forma física do Ronaldinho, de Deputados Federais, do presidente da CNI, do diretor geral do SENAI, presidentes de federações de indústrias, etc.
O mais importante de tudo: nossos alunos do ensino profissional foram prestigiados!
O ensino técnico é essencial para o Brasil. Precisamos de profissionais qualificados para o funcionamento e crescimento saudável das nossas empresas. Esses jovens, que hoje frequentam os cursos técnicos, serão os futuros empresários, diretores, colaboradores das grandes empresas brasileiras que esperamos conduzir a nação para um lugar no topo dos países de primeiro mundo. E chegaremos lá, a depender da competência e da determinação desses jovens; isso eu pude ver, com o coração cheio de alegria, durante esses dias de competição aqui em Londres.
Como Embaixador Mundial do Ensino Profissionalizante, essa constatação, especialmente com relação aos jovens brasileiros, é algo magnífico.
O que eu espero agora é que o nosso Governo perceba a importância da educação e REALMENTE (fora dos discursos) coloque em prática ações que reconheçam a importância dos PROFESSORES e permitam uma educação homogênea e em tempo integral em todo o país.
Isso, é o que eu espero...
Mas não dá para esperar a vida toda. Precisamos de AÇÃO.

Direto de Londres

Marcos Pontes
Professor, Astronauta e Embaixador Mundial do Ensino Profissionalizante.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

MENSAGEM AOS ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO


Caro amigo,

Todos nós estamos em uma jornada através da vida. É uma mudança constante, e isso não é uma questão de escolha. O tempo não para, e a vida segue seu curso independentemente de nossa vontade.

A questão é: Para onde a sua vida está indo?

Isso sim – o seu destino –, é uma questão de escolha. Depende só de você. A situação é como se você estivesse a bordo de um navio do qual você tem o controle de direção, mas não do motor.
Portanto, para começarmos a definir essa direção, iniciamos falando de sonhos. Eles são as ferramentas que temos para escolher e visualizar nosso futuro, são parte do nosso “simulador” de destino. Sonhos são essenciais para o sucesso!

Qual é o seu sonho?

No meu caso, no início, em Bauru, SP, eu tinha muitas dificuldades e um sonho: voar. Minha vida foi construída sobre esse sonho. Trabalhei duro com tijolos de educação e cimento de determinação. Comecei aos 14 anos. Fui eletricista, engenheiro e piloto militar. Ao saber do concurso público para astronauta, feito pela Agência Espacial Brasileira (AEB) em 1998, agarrei-me àquela chance. Após ser selecionado, naquele mesmo ano, tive que deixar as funções na Força Aérea, sacrificando minha carreira militar, para poder cumprir a minha nova missão para o país, agora junto ao programa espacial. Dediquei-me exclusivamente às funções civis de astronauta e mantenho-me até hoje à disposição da AEB para outros voos espaciais para o país.
Depois de oito anos de dedicação, dificuldades, estudo e trabalho, realizei a primeira missão espacial tripulada da história do Brasil em março de 2006. O livro “Missão Cumprida. A história completa da primeira missão espacial brasileira”, lançado pela Editora McHilliard, traz cada detalhe, pensamento e emoção dessa trajetória.
Eu estudei, trabalhei, persisti e sempre fiz mais do que esperavam de mim; lutei e suei muito. Assim conquistei o sucesso, e com ele, tudo o que eu queria da vida!

E você? O que você quer da vida?

A maioria diria: saúde, bons relacionamentos, independência financeira, reconhecimento profissional, possibilidade de fazer o que gostamos, felicidade e paz de espírito.

Podemos chamar isso de sucesso? Claro! E é exatamente esse sucesso que eu quero que você também tenha.
É isso que objetivo nos meus livros, nas minhas palestras, nas aulas que ministro em universidades e escolas, nas minhas entrevistas, nas atividades da Fundação Astronauta Marcos Pontes em prol da Educação no Brasil, etc.

Mas o que VOCÊ pode fazer para garantir O SEU sucesso?

Primeiro, coloque na cabeça o seguinte fato: a Educação é o ÚNICO caminho sólido para que você realize TODOS os seus sonhos! Assim como a Física, ela está presente à sua volta, a cada dia da sua vida. Se você ainda não tinha percebido isso, comece a prestar atenção!
Acredite, não existem atalhos seguros. Só o conhecimento e a qualificação pessoal e profissional podem garantir o seu sucesso. Esqueça a conversa fiada de “sorte”, “talento”, “loteria”, “ideologias baratas” e outras besteiras que podem desanimá-lo ou distraí-lo do caminho seguro da Educação.

O seu objetivo neste instante é: estudar, passar no vestibular, concluir com sucesso um bom curso universitário, ter um diploma, ser um bom profissional e, daqui a alguns anos, poder dizer: “EU consegui! EU sou um profissional! EU sou capaz de cuidar da minha própria vida! EU tenho orgulho das minhas decisões no passado!”

Não se deixe levar por “modismo”.

Ter “personalidade” não é sair por aí desafiando todo mundo ou usar “piercings” e roupas desleixadas. Isso é simplesmente ser mal-educado e ter “aparência estranha”. É apenas um sinal claro de fraqueza e insegurança.

Ter “personalidade” significa fazer a coisa certa, sempre; mesmo que isso algumas vezes pareça “fora da moda” ou “desvantajoso”. Ser inteligente nas suas decisões e escolhas. Pensar no futuro. Saber o que quer. Ser honesto e cordial com todas as outras pessoas. Ajudar, sempre. Ser 100% responsável pelas suas escolhas. Ter coragem perante os desafios. Não ter medo de errar, mas ter a disposição de aprender com os erros. Não reclamar. Não procurar culpados ou desculpas. Encarar os próprios pontos fracos, trabalhar para corrigi-los e aprender com eles. Manter-se firme na sua convicção de fazer cada vez melhor. Aprender um pouco mais a cada dia, a cada instante. Não se omitir, escondendo-se atrás do comportamento ruim de um grupo. Ter opinião própria e expressá-la com coragem.

Um exemplo disso é o seu direito de voto. Política é importante! Pense, raciocine! Não adianta fugir dos fatos, usando “frases feitas” geralmente por ignorantes, alienados ou covardes”: “política é sujeira”, “todos os políticos são ladrões”, “eu não quero nem saber disso”, etc. Envolva-se na política! Em vez de reclamar, mostre como deve ser feito. Lembre-se de que aqueles que forem eleitos escreverão as leis que você e eu teremos que cumprir! Sejam esses eleitos corruptos, despreparados ou íntegros e competentes, eles é que determinarão os destinos do NOSSO país. Depois da eleição, não adianta reclamar. Assim, faça a sua parte agora! Não fuja da sua responsabilidade. Você é uma pessoa inteligente, tem estudo e informações à sua disposição. Você tem que ocupar o seu lugar na sociedade como uma pessoa culta e fazer escolhas sensatas. Você pode escolher entre ser representado por políticos desonestos e desqualificados, ou políticos honestos e qualificados. Você tem esse poder nas mãos! Você não é um ignorante que vende o voto por uma esmola! Você não se omite! Você dá exemplo! Portanto, vote direito! Tenha “personalidade”. Votar em branco, nulo ou “voto de protesto” são comportamentos “não inteligentes” típicos de pessoas ignorantes ou omissas (covardes), e você não faz parte desses grupos!

Assim, uma vez que espero que você tenha percebido a sua importância como cidadão brasileiro, na nossa busca pelo seu sucesso, partimos de ideias básicas: princípios, valores e missão de vida. Depois prosseguimos na jornada de forma objetiva: com base no seu sonho, defina suas metas, planeje, prepare-se, execute, controle seu projeto e desenvolva a resiliência necessária para suportar e superar todos os desafios da trajetória. Isso tudo exige atitude, conhecimento e determinação.

Veja bem, eu já vi muita gente que se arrependeu amargamente por ter escolhido o prazer imediato em detrimento do trabalho para o futuro (exemplo: ir para uma festa, quando deveria estar estudando), ou por ter desistido no meio de um curso. Contudo, eu NUNCA vi ninguém que tenha se arrependido de ter passado no vestibular ou de ter concluído com sucesso um curso.
Toda a metodologia de elaboração e execução, com sucesso, de um projeto de vida, de como definir e atingir metas, é descrita com detalhes no meu livro “É Possível! Como transformar seus sonhos em realidade”. Comecei a escrever esse livro nos meus momentos de descanso no espaço, a bordo da Estação Espacial Internacional. Minha ideia é simples: ajudar outras pessoas, como você, a ter sucesso na vida!

É interessante, mas todos têm ideia do que devem fazer, e até de como fazer, em alguns casos, para “chegar lá”. Porém, apenas 3% das pessoas aplica esses conceitos eficiente, no momento, sequência e medida corretos, em todas as áreas de sua vida. Essa minoria é exatamente aquela que tem sucesso! Coincidência? Claro que não!
De fato, a maioria das pessoas:
-     Conhece esses conceitos de maneira desorganizada e distorcida.
-     Não sabe o que quer do futuro.
-     Carrega nas costas um fardo de rancores e crenças irreais geradas no passado.
-     Quer “soluções mágicas”, um tipo de “dieta da moda” que promete resultados enormes e imediatos, tudo sem nenhum esforço.
Ter sucesso é um processo estruturado. Não tem nada a ver com sorte.

Quer ser parte dos 3% de vencedores?

Então dedique-se de verdade, estude, trabalhe, aprenda sempre, persista e sempre faça mais do que esperam de você!

Conhecimento tem o poder de ampliar nossa visão e nos capacitar para o sucesso.
Aproveite o que a Educação pode fazer por você!
Tenha sucesso!
Viva feliz!

Grande Abraço,

Professor Marcos Cesar Pontes, M.Sc.
Primeiro Astronauta Brasileiro.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Onde está a bandeira que foi ao espaço?

Nesta semana fui perguntado a respeito do paradeiro da bandeira do Brasil que a Agência Espacial Brasileira enviou ao espaço na Missão Centenário. A resposta é: eu não sei. A última vez que a vi foi em Brasília, na minha primeira visita ao Brasil depois da missão, em abril de 2006. Minha intenção era entregá-la ao Presidente da República durante o evento de recepção e entrega de medalhas que ocorreu naquele dia no Palácio da Alvorada. Mas isso nunca aconteceu. Ela não chegou às minhas mãos na cerimônia.
Algumas horas depois, durante minha visita ao Comandante da Aeronáutica, o Brig. Telles Ribeiro, que era Chefe do Centro de Comunicação Social do Comando da Aeronáutica, me chamou ao seu gabinete com uma surpresa...

A história deste episódio é contada no capítulo 91 do meu livro "Missão Cumprida. A história completa da primeira missão espacial brasileira", onde você poderá encontrar muitas outras histórias que envolveram os bastidores da Missão Centenário.

Aí vai o trecho do livro que conta a história da bandeira:

[Capítulo 91 - Página 383: Livro Missão Cumprida. A História Completa da Primeira Missão Espacial Brasileira.]

Terminada a cerimônia, veio o fato mais inusitado do dia. Brigadeiro Telles me chamou no gabinete dele, dizendo apenas:
Vem cá que eu quero lhe mostrar uma coisa!
Vamos lá. Chegando na sala, ele tirou uma bandeira do Brasil cuidadosamente dobrada da gaveta, estendeu-a sobre a mesa e perguntou:
– Você reconhece isto aqui?
Ao me aproximar e vistoriá-la, vi os carimbos da ISS e as assinaturas... “Caramba, é a bandeira brasileira que a AEB mandou ao espaço!”
Havia duas bandeiras a bordo da Soyuz TMA-8: uma, mais velha e com a estampa dos dois lados, era minha e foi na minha cota de um quilo (era a que estava em minhas mãos quando entrei na Estação Espacial Internacional); outra, nova e estampada somente de um lado, foi a que a AEB enviou nos 15 quilos dela, para ser autografada e autenticada no espaço (estava embalada junto dos experimentos).
– Como isso veio parar aqui, com você? – perguntei, abismado.
– A história é das mais estranhas – revelou Telles. – Lá no Planalto, um soldado da guarda estava com essa bandeira na mão e falou que um civil havia deixado com ele, para segurar.
– Quem entregou a ele? – questionei.
– Ele não sabia. Quando perguntei, disse apenas que “alguém” havia deixado com ele. Não sabia para que era, quem era o civil, nem o que fazer com a bandeira. Só pediu para ele “segurar um pouco”, e era isso que ele estava fazendo. Como não está previsto a um soldado da guarda ficar “segurando uma bandeira” durante o serviço, disse a ele: “Que estranho! Mas me dê aqui que eu resolvo isso”. E saí com a bandeira debaixo do braço, sem saber do que se tratava. Só quando cheguei aqui na minha sala e vi as assinaturas percebi o que era. Ainda bem que não a deixei em algum lugar do caminho, entre tantas outras bandeiras que estavam por lá hoje.
– E agora, o que vai fazer?
– Nada. Vai ficar aqui. Vou esperar para ver se alguém se dá conta da perda da bandeira e resolve sair por aí perguntando.
– Não é melhor avisarmos a AEB?
– Não. Deixe quieto para vermos o que acontece. Vamos “checar” o quanto o pessoal está cuidando das coisas que voltaram do espaço.
E assim foi. Ninguém jamais tocou nesse assunto comigo ou, até onde sei, com qualquer outra instituição ou pessoa. Nenhum responsável foi perguntar nada ao Telles ou ao Comando da Aeronáutica sobre a tal bandeira desaparecida. Sem consultas de “achados e perdidos”, o brigadeiro, meses mais tarde, disse que a mandaria para um museu. Não sei o que aconteceu com ela. Talvez ainda esteja lá no Comando, esperando para ser “descoberta”. 
De uma coisa eu sei: a minha bandeira, velhinha e desbotada, que acompanhou durante todos os anos de treinamento e que estava na minha mão na ISS, ainda está comigo. Está muito bem guardada no cofre de um banco nos Estados Unidos e lá permanecerá até que eu a coloque em um museu à sua altura, dedicado ao que ela representa.
Embora possa até parecer “engraçado” para alguns, o episódio me assustou. Será que os outros itens enviados pelo Brasil ao espaço seriam tratados da mesma maneira? No retorno da missão, além dos resultados dos experimentos e a bandeira perdida, havia na bagagem da agência no Soyuz TMA-7 selos e moedas comemorativas, com grande valor histórico (e comercial) depois de terem sido levadas ao espaço em um voo registrado na história do país. 
Todo aquele material seguiu diretamente da área de resgate no Cazaquistão para a empresa russa ENERGIA em Moscou e depois foi devolvido para alguém responsável da AEB, conforme o vice-diretor do Centro, o cosmonauta Valery Korzun, havia me dito enquanto íamos para o helicóptero, logo após o pouso da cápsula. Isso eu tinha certeza. 
Agora no Brasil, esses itens estariam seguros ou também sofreriam extravio? Lembrei-me do que aconteceu com a Taça Jules Rimet, que o Brasil conquistou na Copa de Futebol de 1970. Fiquei muito preocupado, mas não havia muito tempo para refletir sobre o que fazer naquele momento.
Era mais um episódio bizarro na longa série de eventos que enfrentaria depois do meu retorno à Terra. Descansei um pouco no Hotel de Trânsito da Base Aérea de Brasília e, no dia seguinte, pela manhã, o EMB-145 me levaria de volta a minha cidade: Bauru.

Gostar de si mesmo é essencial

Ninguém pode ser feliz buscando ser a cópia de outra pessoa ou tentando ser apenas o que a "moda" dita sobre o que é "atual" na maneira de se vestir e comportar-se.
Triste é perceber que muitas pessoas fazem exatamente isso. Esquecem-se que são indivíduos especiais, que cada um de nós é um ser maravilhoso com qualidades e defeitos que nos fazem únicos.
No capítulo 2 do livro "É Possível!", falamos sobre esse medo de "ser você mesmo" e da tendência de tentar, a qualquer custo, ser aquilo que os outros acham interessante.
O que você acha disso? Como suportar essa pressão e expressar o que existe de maravilhoso dentro de você? 

domingo, 8 de maio de 2011

A importância das raízes

Nos primeiros capítulos do meu livro "É Possível! Como transformar seus sonhos em realidade", ressaltamos a importância de reconhecer e ter orgulho das nossas raízes. Algumas pessoas tiveram a graça de nascer em uma boa família, cresceram em um ambiente de amor, paz e compreensão, vivendo com pais e irmãos que apoiam seus projetos para o sucesso.
Outras pessoas não tiveram essa sorte. Muitos nem sequer conheceram seus pais.
Será que essas pessoas estão destinadas ao fracasso? Ou existe algo mais, que pode fazer com que superemos problemas de família e nos mantenhamos fortes e motivados ao longo do nosso desenvolvimento?
No capítulo 2 do livro, eu discuto esses casos.
E você? O que você pensa sobre isso? A influência da família é importante? Como uma pessoa que não teve uma família estruturada pode "virar a mesa" na história da família e tornar-se um exemplo para as futuras gerações?